EISENHOWER EMBARCA EM VISITA AO EXTREMO ORIENTE

Sinopse/Enredo

Partiu de Washington para visitar países do Extremo Oriente o presidente dos Estados Unidos, Dwight David Eisenhower. A viagem deveria seguir-se a uma visita à Rússia, mas houve o cancelamento depois do incidente do avião U-2 e Ike não voou para Moscou. Originalmente, a excursão ao Extremo Oriente era tida como "triunfalmente certa", mas depois do malogro da Conferência de Cúpula, não se sabia ao certo como seria a recepção de Eisenhower, especialmente em alguns países. A primeira escala de Ike foi no segundo mais novo estado americano, o Alasca, onde o chefe do governo norte-americano chegou depois de 7 horas e 15 minutos de voo. O "Boeing" presidencial aterrissou na base Elmendorf, perto de Anchorage, onde Ike pronunciou seu primeiro discurso da viagem. O presidente pernoitou no Alasca e na manhã seguinte seguiu para Wake Island - onde o avião foi reabastecido - e posteriormente para Manila, nas Filipinas. As Filipinas tinham especial recordação para Eisenhower, pois naquelas ilhas do Pacífico ele serviu durante a Segunda Guerra Mundial, sob o comando geral do general Douglas MacArthur. Planejou-se grande acolhida ao visitante em Manila, mas a maior federação trabalhista das Filipinas preparou também manifestação de protesto a fim de chamar atenção para os ressentimentos dos filipinos em relação à política exterior aos Estados Unidos. O presidente Carlos García esperava que as possibilidades de sua reeleição aumentassem com a visita de Ike. Após três dias em Manila, Eisenhower seguiu por mar para Formosa, na China Nacionalista. Formosa era um dos locais onde esperava-se que não ocorressem manifestações contra o presidente norte-americano, pois o generalíssimo Chiang Kai-Shek tinha completo domínio de todos os problemas locais. Contudo, temia-se que os comunistas chineses aproveitassem a ocasião para efetuarem um grande bombardeio sobre as ilhas Quemoy e Matsu. Naquele momento, os comunistas estavam realizando ataques esporádicos às ilhas. Depois de uma noite como hóspede dos nacionalistas chineses, Eisenhower voou para Okinawa, onde os Estados Unidos tinha a sua maior base militar do Extremo Oriente. Nominalmente uma possessão japonesa, a ilha estava na verdade sob controle norte-americano. Extremistas da esquerda planejavam manifestação contra as forças de ocupação norte-americanas, a partir do momento em que Ike desembarcasse em Okinawa. Nessa ilha, Ike encontrou-se com Seisaku Ota, chefe das ilhas Ryukyu. Depois, viajou para Tóquio. Era no Japão onde temia-se as maiores e mais graves demonstrações antiamericanas na viagem do presidente estadunidense. Socialistas, esquerdistas e não-militaristas estavam tentando derrubar o governo do primeiro-ministro Nobusuke Kishi por causa do Pacto de Segurança entre o Japão e os Estados Unidos. Os esquerdistas diziam que nem mesmo a presença do Imperador Hirohito, que receberia Eisenhower no aeroporto, evitaria que se realizasse uma gigantesca manifestação contra o presidente americano e o tratado de segurança. No programa de visita não faltaram algumas partidas de golfe, que poderiam ser adiadas para outra ocasião se as manifestações antiamericanas assumissem muita gravidade. Os esquerdistas planejavam reunir 60 mil pessoas para obstruírem as ruas por onde deveriam passar os carros oficiais. Se possível, sentaram-se até mesmo na pista do aeroporto em que o avião iria descer. O "premier" Kishi, porém, organizou um contragolpe nos manifestantes, isto é, uma demonstração pró-Eisenhower, mobilizando grandes contingentes policiais para proteger o visitante. Ike ficou dois dias no Japão e depois iria à Coréia, onde também existia certa insatisfação, embora de forma diferente. A revolução que derrubou Syngman Rhee dividiu o país entre partidários do novo governo e partidários da antiga administração. Após a Coréia, Ike voaria para Honolulu a fim de visitar o mais novo estado da nação norte-americana, o Havaí, onde não se esperavam manifestações contrárias e agitações. Aí o presidente descansaria alguns dias antes de retornar a Washington. Ike seria esperado na capital dos Estados Unidos e tinha-se como certo que teria novamente triunfal recepção, semelhante àquela que lhe foi tributada quando de seu retorno da Conferência de Cúpula em Paris. Naquela ocasião, a acolhida foi em parte organizada a fim de que Ike pudesse sentir bem de perto a simpatia do povo americano em face da malcriada atuação de Nikita Kruchev para com o presidente. A viagem ao Extremo Oriente foi desaconselhada, mas Eisenhower achou que deveria fazê-la, a despeito das dificuldades, para solidificar o mundo livre contra o comunismo. (Baseado em RE19600613)